sábado, 30 de agosto de 2014

Cada pelo


Nunca tive o coração tão leve, o corpo tão pleno e a mente considerando os mesmos quereres. Para a fuga de seu uso vulgar, não os fazer/fazia/faria morrerem na fala cotidiana ou no roteiro das mesmas esquinas, evitando passar essas palavras pelos lábios mas deixando transferir-se pelas mãos, toques e gestos.

Nunca tive o coração tão leve pra dizer o amor,..., a paixão - mesmo sentindo em cada pelo do meu peito uma espécie de absurdo. Em outrora nada sabia disso e era atacado por este súbito desejo que me fazia querer rezar corpos como pontos de um rosário, sentindo deus através deles.
Então era um encontro (no sentido de tensão) que se travava em mim, lembrando quando brincava com autofalantes traseiros de carros - aqueles enormes para uma criança - tentando separa-los no instante que se atraíam. E ontem, tive essas sensações que me eram tão peculiares nos pós-shows: entre eles os tratados de "quero colo, vou fugir de casa, posso dormir aqui com vcs?". E na diferença que o sopro me traz um cansaço qual eu não poderia arrumar o caos que armei nos dias anteriores.

Um horror, um horror. Quase abracei uns 300!

E eu penso: que bobagem e re-clamo. Re-clamo pq ainda considero os mesmos quereres e sei da minha responsabilidade nisso tudo que estou,..., no mais, sempre estarei re-clamando qualquer coisa, ainda que uma migalha, ainda que tudo, querendo um corpo como meu porto seguro: quero que teu corpo seja meu porto-seguro. Eu quero que teu corpo seja o meu porto seguro. Eu quero que teu corpo seja o meu porto seguro!
E pra quem acha pouco-inferior-menor, pois saiba que a tudo irei reencontrar quando esse passeio na terra ter seu fim.... menos o corpo: exato, doído, amado. E tudo o que ele faz de nós... concomitante a qualquer movimento.

Um absurdo! Um absurdo!

Não é preciso dois instantes a mais pra perceber a grandeza do momento, o que ele traz afinal... 
Só que por ora, sou rei do "antes só", pois não dá. Não dá. Não dá!
Se a solidão tivesse dimensões geográficas, eu seria a porra de um universo.
Putamerda!!! 

Fim do capítulo mariadobairro, mas que é sincero por demais.

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