quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Erase Rewind

Foi o conjunto das circunstâncias que trouxe um gosto diferente pr'aquele momento. Aos que curtem substâncias, poderia dizer que se trata de uma sensação similar mas que ainda mais potencializada, chegando ao nível das possibilidades. Embora nunca tenha experimentado, não há dúvidas em afirmar isso pq obter uma espécie de orgasmo a partir do teu universo interior é acordar tudo que está adormecido em si, só que a partir de si mesmo. E o principal: é uma força motriz que não se movimenta, mas que traz pulsão a todo resto.
Estávamos no tapete da sala donde uma reprodução de Miró abraçava uma das paredes, as luzes azuis baixas num tom de puteiro (para alguém como eu, que gosta de ambiente iluminado) e começa uma canção: o pulso, um baixo que parecia roçar no solo do mesmo modo que brincávamos e me'tive como encorporado, compelido por braços e abraços, (e os meus que lhe queriam por inteiro), e ,ao clima do fim da canção, fomos nos arrastando ao quarto.
Não posso dizer que estava absorvido pela mesma pois nada naquela altura se encontrava em separado: pele, mente, som e o silêncio dos corpos naquela brincadeira.
Mas puta merda! Colocar uma música dessas é querer me ver apaixonado, arrastado, jogado e indefeso. Pra minha alegria ela terminou e se seguiram outras. E até mesmo não me surpreendeu que o gozo tenha quisto imitar um quadro de Pollock, jogando-se à parede em conjunto com todo seu ambiente.
A música... o que ela faz ... melhor compreende quem viveu entre tambores de pontos observando como se liga diretamente ao espírito. O modo como uma batida representa uma energia, desdobramento de tudo.
O sexo através da canção se torna um "tocar almas", ainda que pro mais convicto ateu.






Obs.: pelo dia do sexo (ontem) desenterrei esse escrito. Pq o amor nos faz deuses.

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